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hikafigueiredo

"2001, Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick, 1968

Filme do dia (66/2015) - "2001, Uma Odisséia no Espaço", de Stanley Kubrick, 1968





Putz... tarefa ingrata expor minhas impressões sobre uma das mais importantes (e complicadas) obras cinematográficas de todos os tempos... mas revi o filme ontem e acabo me sentindo na obrigação de escrever sobre ele (escrever sobre filme fácil é mole... escreve aí sobre filme difícil... rsrsrsrsrsrs). Bom, antes de mais nada, admito que não compreendo o filme na sua totalidade... acho que, na verdade, tenho uma percepção mais intuitiva do que racional desta obra. Além disso, interpretação é interpretação - tem um tanto de pessoalidade na tarefa e o que eu entendo do filme pode ser bem diferente do que outra pessoa pense... Mas vamos lá... O filme inicia com a aurora da Humanidade - hominídeos, mais macacos do que homens, em um estado completamente primitivo, alimentando-se do que têm à mão e lutando entre si. O surgimento de um artefato evidentemente alienígena - causando comoção entre os hominídeos - mostram a reação deste quase Homem ao desconhecido. Para mim, salta aos olhos como o objeto gera uma reação quase de veneração (não sei se procede, mas interpreto como o Homem tendendo a uma postura religiosa face àquilo que não compreende). Com a chegada do monolito negro - mas não necessariamente devido à sua presença - temos a transformação do hominídeo em Homem propriamente dito, à partir do momento em que ele usa, pela primeira vez, um objeto - no caso, o osso de um animal - como ferramenta, extravasando, inclusive, sua violência e belicosidade, já que, muito cedo, utiliza tal ferramenta contra um semelhante. Milhões de anos depois, encontramos o Homem, já tecnologicamente evoluído, fazendo viagens espaciais. Não vou descrever passo a passo a história, pq spoiler tem limite.... mas temos aqui a sugestão de discussão de inúmeras questões - a relação do Homem com a tecnologia e com a inteligência artificial, a modificação de postura do Homem frente ao desconhecido (não mais numa posição religiosa, mas sim científica, posto buscar explicação lógica para novo monolito encontrado), a humanização da máquina face à robotização do Homem... temas são inúmeros... Seria interessante discorrer, de forma bem despretensiosa (ainda mais porque tenho mais dúvidas do que respostas) sobre o final lisérgico do filme (em especial a aproximação de Júpiter e a explosão de cores), mas, se minha sugestão aqui é incentivar alguém a ver ou rever um filme, dar minha opinião em demasia num filme tão interpretativo é, no mínimo, limitar a leitura do leitor, coisa que não acho legal (sem contar que tenho minhas dúvidas se consigo por em palavras minha compreensão intuitiva sobre esse final). Saindo da interpretação e indo mais para a opinião, mesmo sendo meio hermético, o filme é esplendoroso, uma aula de cinema. Sim, ele é lento e quase mudo - pouquíssimos são os diálogos no decorrer da obra - mas acho um filme arrebatador. Os efeitos especiais - caramba, o filme é de 1968!!!! - são espetaculares e o ambiente de não gravidade foi criado com perfeição. Algumas cenas do filme são pura poesia: como a da estação orbital girando ao som de "Danúbio Azul" de Strauss, e mesmo a cena da descoberta da ferramenta, o osso girando no céu, transformando-se na nave... puxa, é bom demais!!!! Acho incrível como parte da ação e a montagem seguem o ritmo lento da não gravidade, o que, em certo momentos da narrativa, cria certa ansiedade no espectador (ou pelo menos em mim!). O filme é riquíssimo em todos os aspectos e seria capaz de destacar um sem-fim de cenas marcantes... mas o texto já tá gigante, não sei nem se alguém vai ter paciência de ler, ainda mais que, provavelmente, todo mundo já viu esse filme, obrigatório para quem curte cinema, então vou ficar por aqui.Fica o texto para incentivar uma revisitada na obra.

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