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hikafigueiredo

"A Batalha de Argel", de Gillo Pontecorvo, 1966

Filme do dia (82/2016) - "A Batalha de Argel", de Gillo Pontecorvo, 1966 - 1954, Argélia. Colonizada pela França, a Argélia torna-se foco de tensões. A população árabe, saturada com a exploração e desmandos do governo colonialista da França, insurge-se e é criada, assim a FLN (Frente de Libertação Nacional). Através de táticas de guerrilha e terrorismo, o grupo armado luta contra o governo opressor que, em contrapartida, acentua a bárbara repressão e passa a fazer uso de tortura na intenção de debelar a revolta.





Obra prima do cinema político, o filme alia ficção e documentário, pois narra, em formato jornalístico, os acontecimentos da época ao mesmo tempo que acompanha o movimento de alguns personagens fictícios (e outros reais). A obra é tensa e mostra, de maneira crua, o banho de sangue promovido por ambos os lados, ainda que deixe evidente a luta legítima dos revoltosos pela sua libertação (até pelas horríveis cenas de tortura dos insurgentes que são mostradas). O roteiro, extremamente bem conduzido, acompanha o período compreendido entre 1954 (início da organização da FLN) e 1962 (independência da Argélia), com mais destaque para o período de acirramento das ações da FLN (1954 a 1957). A linguagem do filme é claramente documental, lembrando a utilizada pelo neo-realismo italiano. Prepare-se para câmeras na mão, fotografia P&B bem contrastada, uso de locações reais e população local como figuração. A trilha sonora de Enio Morricone (mestre!), confere ainda mais tensão ao filme, com o uso de muita percussão. As atuações são convincentes, sem grandes destaques. O filme é ótimo, bom demais, recomendo com louvor.

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