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hikafigueiredo

“Abominável”, de Jill Culton, 2019

Filme do dia (36/2024) – “Abominável”, de Jill Culton, 2019 – Com problemas de relacionamento desde a morte de seu pai, Yi (Chloe Bennet) ocupa todo o seu tempo para não enfrentar suas dores. Certo dia, Yi encontra, em seu telhado, uma criatura estranha, que logo conclui tratar-se de um Yeti. Tocada com a situação da criatura, distante de seu lar, Yi decide embarcar em uma aventura para levar de volta o Yeti para sua terra natal.




 

Nessa animação fofa, produzida pela Dreamworks e escancaradamente voltada para as crianças menores (mas com algum apelo para os adolescentes, que podem se identificar com o desconforto social da protagonista Yi), temos, como assunto central, uma das mais antigas lendas que se tem notícia – o Yeti, ou, o abominável homem das neves. Como era de se esperar, a mitológica criatura, aqui, não tem nada de horrenda – ela é fofa, amistosa, carinhosa, carente e leal àqueles pelos quais desenvolve afeto. Como aconteceu com o dragão Banguela de “Como Treinar o seu Dragão” (2010) – também cria do estúdio Dreamworks – Everest (o nome que Yi dá ao Yeti) lembra um grande animal de estimação e é simplesmente impossível não achá-lo, no mínimo, adorável e acolhedor. Só pela imagem brincalhona de Everest, o sucesso entre as crianças é certo. Já a trajetória de Yi, que, ao longo de sua aventura, irá resolver várias questões internas, é o apelo para o público adolescente/jovem. Eu, que não me encaixo em nenhum desses públicos, assisti ao filme com um olhar um pouco mais crítico e, muito embora tenha gostado da história – eu gosto de criaturas fofinhas, me julguem – achei que talvez tenham exagerado um pouco na magia que acompanha o Yeti (inclusive não vi nenhum sentido em certa “transferência” de poderes entre os personagens) – se ele era tão poderoso, como raios ele chegou ao cativeiro de onde fugiu? (isso não é spoiler, é a cena inicial da história). Da mesma forma, a mudança brusca do personagem Burnish me incomodou bastante, justamente por não fazer sentido. Mas, como crianças e adolescentes não se importam com essa lógica toda, acredito que, para o público-alvo, a obra seja bem divertida e agradável de se assistir. Acho, também, que nem cabe ficar esmiuçando a narrativa, acabando assim com qualquer apelo que ela tenha justamente por causa de toda essa magia que envolve a história. É uma animação bonitinha e bem infantil – mostre às crianças e elas vão gostar. Ponto.

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