Filme do dia (10/2024) – “Amor & Outras Drogas”, de Edward Zwick, 2010 – Jamie (Jake Gyllenhaal) é um representante comercial da Pfizer que conhece a jovem artista plástica Maggie (Anne Hathaway). O que começa como sexo casual logo envereda para um romance, mas a convicção de ambos em permanecerem sozinhos surge como empecilho para o desenvolvimento da relação. Quando Jamie descobre que Maggie sofre de uma doença degenerativa, tudo se torna ainda mais complexo.
Então... como mencionei recentemente, comédias românticas existem às pencas, mas poucas conseguem permanecer na memória por um tempo razoável – e esta aqui é um exemplo dessa afirmação. A obra foca em dois personagens jovens, bonitos e que se apaixonam rapidamente, mas, como ambos têm aversão a qualquer forma de compromisso, o relacionamento torna-se conturbado. Ocorre que Maggie sofre de uma doença incurável, o que mexe com a sensibilidade de Jamie, que passa a almejar cuidar de Maggie, a qual rejeita qualquer aproximação afetiva do rapaz com medo de ser abandonada. Ah... sinceramente, achei o enredo melodramático e nada convincente. Se se tratasse de um filme europeu ou asiático, possivelmente teríamos um drama consistente com respingos de romance, mas, sendo uma comédia romântica estadunidense, nada recebeu o “peso” necessário (nem é suficientemente dramático, nem surpreendentemente humorístico). No fim, temos um filme em que o trato cômico é um tanto quanto vulgar – piadas envolvendo sexo precisam ser muito bem pensadas e desenvolvidas para não se tornarem manifestações da “quinta série”, sexistas ou apenas sem graça – e a parte dramática é forçada e piegas. Além disso, a transformação do personagem Jamie é completamente inverossímil, pois ele traz, no início do filme, um caráter narcisista que jamais seria modificado como acontece na história. Enfim, achei tudo muito frágil, muito mal ajambrado e preguiçoso. Tecnicamente é tudo bem padrãozinho, sem qualquer elemento que surpreenda ou que mereça destaque. Para completar o desastre, achei Jake Gyllenhaal deslocado no personagem, como se nem ele estivesse convencido do papel; Anne Hathaway me pareceu um pouco mais à vontade como Maggie, mas nem assim o casal “deslancha” e não percebi uma sintonia mínima entre eles. Melhorzinha a participação de Oliver Platt como orientador de Jamie. Para mim é sempre difícil escrever sobre um filme que eu não gostei e que achei fracão e é bem o caso desse aqui. Eu não gostei e não recomendo (tem comédias românticas infinitamente superiores).
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