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hikafigueiredo

“Corações Jovens”, de Anthony Schatteman, 2024

Atualizado: 25 de out.

Filme do dia (139/2024) – “Corações Jovens”, de Anthony Schatteman, 2024 – Elias (Lou Goossens) é um adolescente de quatorze anos que, subitamente, se vê atraído por seu vizinho Alexander (Marius De Saeger), da mesma idade. Ele percebe que está apaixonado pela primeira vez, mas sofre com o sentimento por ter medo da reação dos pais e amigos ao fato do objeto de sua paixão ser outro menino.




 

Oooooown.... que filme gracinha, aconchegante, daqueles que deixa o coração quentinho e repõe nossa fé na humanidade!!!! A história retrata o descobrimento do primeiro amor de um adolescente de quatorze anos por outro menino da mesma idade. Por conta do preconceito acerca de orientações sexuais diversas da heteronormativa, o protagonista teme a reação dos familiares e amigos aos seus sentimentos e tenta negá-los veementemente. A obra vai tratar de amadurecimento, autoaceitação, respeito às diferenças, afetos de diversas naturezas (familiar, amoroso, amizade), lealdade à si próprio e aos próprios sentimentos e coragem para se assumir como indivíduo, independente de suas características pessoais. O filme traz um retrato de um mundo ideal, onde o respeito às diferenças e o amor/afeto estão em primeiro plano. Evidente que existe certa idealização das relações na obra – quem dera o mundo, as relações, as famílias e os amigos fossem tão corretos nas suas decisões e formas de agir daquela forma, mas... não custa sonhar, né? Quem sabe a arte ajude a normalizar o que jamais deveria ter sido colocado como “anormal” ou “inadequado”. Eu saí apaixonada do cinema e meu amigo, na cadeira ao lado, lavado em lágrimas. Um ponto: a narrativa bebeu bastante do filme “Me Chame Pelo seu Nome” (2017), mas seguiu um caminho um pouco mais romântico e incisivo que a da obra precursora. A narrativa é linear, em um ritmo moderado e fluído. A atmosfera é de afetos múltiplos, mas, também, de angústia, indecisão e medo – nosso protagonista Elias está completamente dividido entre sua paixão por Alexander e o medo de assumir seus sentimentos para terceiros. Os destaques ficam por conta da bela fotografia colorida, suave e delicada como a história, com muitos planos abertos da paisagem e planos fechados nos rostos do protagonista. E, impossível não destacar, a interpretação incrivelmente profunda da dupla de atores mirins Lou Goossens e Marius De Saeger – ambos estão ótimos em seus papeis, mas Lou Goossens tem um trabalho mais difícil, pois precisa expressar as dúvidas e o sofrimento do personagem Elias e, cá entre nós, faz isso com muita competência. Destaque, também, para a interpretação de Emilie De Roo como Nathalie. Eu me apaixonei pelo filme, pelos dois meninos, por suas famílias e amigos – eu quero morar naquela realidade, por favor! Recomendo muito e acho que deveria entrar na grade curricular das escolas como exemplo de respeito às diferenças e à comunidade LGTBQIA+. Assistido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

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