Filme do dia (169/2015) - "Cronos", de Guillermo Del Toro, 1993 - Em meados do século XVI, um alquimista desenvolve Cronos, um dispositivo que permite, ao seu possuidor, a vida eterna. Quatrocentos anos depois, o alquimista morre por ter seu coração trespassado e o dispositivo desaparece por cerca de quarenta anos, quando acaba nas mãos de Jesus, um senhor de idade avançada, dono de um antiquário.
Devo admitir que é um dos filmes de vampiro mais originais de que tenho notícia. Muitos dos elementos clássicos do personagem estão lá - a imortalidade, a sede por sangue, a impossibilidade de permanecer sob o sol, a morte ao ter seu coração trespassado... mas, no extremo oposto de "Nosferatu", Jesus não perde, em momento algum, sua humanidade. Diria mais: "Cronos" é quase uma história de amor (tudo bem, com muito horror envolvido), não de amor romântico, como, novamente, na obra de Coppola, mas, sim, do idoso por sua família e, em especial, por sua pequena neta Aurora. O filme tem uma faceta sensível, delicada, apesar de continuar se enquadrando no gênero de terror. Também podemos encontrar, na obra, aquele tempero de bizarrice, bem típico de Del Toro, em especial na transformação física do personagem. O roteiro, que também é assinado por Del Toro, é super amarrado, não deixando arestas para trás. A obra conta com a ótima atuação de Federico Luppi como Jesus - é simplesmente impossível não se enternecer com o personagem (!!!!!) - e tem, ainda, a participação de Ron Perlman, com quem trabalharia, posteriormente, nos dois "Hellboy" que dirigiu. Eu sou um pouco suspeita, porque sou bem fã do diretor, mas acho que a obra tem potencial para agradar muita gente. Aconselho.
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