Filme do dia (150/2024) – “Fantasmas da Guerra”, de Su-chang Kong, 2004 – Vietnã, 1972. Um grupo de soldados coreanos é enviado para Ponto-R, em busca de um pelotão de seu exército que não mais manteve contato com a base. No local, os soldados estabelecem-se nas ruínas de uma antiga base francesa e começam sua busca, incertos sobre o que irão encontrar.
Mesclando o horror real da guerra com terror sobrenatural, o diretor Su-chang Kong criou um curioso filme de terror psicológico, onde um grupo de soldados é enviado para resgatar companheiros de outro pelotão que desapareceu na região. No local, alguns soldados começam a ter estranhas visões, ocasião em que afirmam estarem vendo os mortos, muito embora seus companheiros achem graça da afirmação, sem imaginar do horror que está por vir. Então... apesar da premissa criativa, que poderia render uma narrativa muito tensa em qualquer dos nichos do gênero (do jumpscare ao gore), o filme fica pelo caminho e oferece uma narrativa morna, muito econômica em alguns momentos e bastante equivocada em outros. Optando pelo terror psicológico, o diretor até consegue criar uma atmosfera opressora e inquietante, mas erra bastante no timing dos acontecimentos. Primeiro problema: a tensão da guerra real é subaproveitada – existe uma cena de confronto, na minha opinião bem mal colocada e sem qualquer função narrativa, e fica por isso. Segundo problema: há uma demora excessiva para começar a acontecer qualquer coisa fora do comum e que ajude a criar tensão na trama, motivo pelo qual demorei para me envolver com toda a história e para entrar no “climão” condizente com o gênero. Terceiro problema: o diretor faz escolhas equivocadas e desencontradas, como, por exemplo, várias cenas de um ponto de vista “sobrenatural” e que não agregam nada à história (além de não ficar claro a quem pertence aquele olhar) ou a aparição final, que não faz qualquer sentido se pensarmos no histórico de desaparecimentos do local. E, por último, o elenco fraco não colabora pelo sucesso da produção, oferecendo um trabalho insosso e sem qualquer brilho. Tudo isso é uma pena, pois, aqui e ali, o diretor surpreende com bons momentos, como em uma cena em que um personagem começa a seguir o que ele acredita ser o seu pelotão (mas não é) em meio ao mato alto e, subitamente, todos os soldados à sua frente se abaixam no meio do mato e... (sem spoiler rs), ou a constatação no segundo andar da construção abandonada no qual eles estabelecem sua base. Enfim, um filme que rende pouco ante sua premissa e que não aproveita sequer para fazer uma reflexão acerca da guerra ou do que quer que seja, como vimos nos ótimos “O Hospedeiro” (2006) ou “Invasão Zumbi” (2016), outros filmes coreanos de terror, muitíssimo bem aproveitados. Okay, já vi filmes do gênero piores, mas este aqui não passa, se tanto, de mediano. Segundo o Justwatch, não está disponível em streaming, então só dá para ver em mídia física ou torrent.
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