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“Flow”, de Gints Zilbalodis, 2024

hikafigueiredo

09/2025 – “Flow”, de Gints Zilbalodis, 2024 – Um gato vive solitário em um local paradisíaco até que uma grande inundação atinge seu lar e ele precisará conviver com outras espécies para poder sobreviver.




 

Sem possuir um único diálogo, uma única frase, ou qualquer legenda, esta animação consegue transmitir uma enorme série de emoções, envolver profundamente o espectador e arrebatar o mais frio dos corações. Acompanhamos a trajetória de um gatinho preto que vive sozinho em uma casa abandonada em meio a uma floresta. A vida sossegada, subitamente, é transformada em luta por sobrevivência quando uma gigantesca inundação atinge o local. O gatinho preto acaba chegando a um barco à deriva e, durante dias, terá de dividir o espaço com outros animais, de espécies as mais diversas, para poder sobreviver. A história mantém-se no limite da realidade/fantasia e do plausível – ainda que os personagens não sejam humanizados, isto é, mantenham suas características animais e ajam, na maior parte do tempo, segundo sua natureza, há muitos momentos em que eles fazem coisas que ultrapassam o real e assumem condutas que os aproximam dos humanos, como conduzir o barco ou juntar forças para ajudar uns aos outros. Com ares de fábula, o filme traz a mensagem da importância da cooperação e superação das diferenças pelo bem comum. Poética e sensível, a obra é envolvente e, ao longo dos 85 minutos de duração do filme, o espectador é tomado por muitas emoções, principalmente angústia e tensão – sim, você vai sofrer muito com a história, principalmente se, como eu, adora animais. A animação foi feita inteiramente através de um software gratuito e, muito embora não contenha qualquer diálogo, consegue criar muita atmosfera com seu som, cuja base são os sons naturais de cada espécie animal. A animação é MARAVILHOSA, tanto que foi agraciada com quatro prêmios no Festival Annecy (2024), inclusive o de Prêmio do Júri e Prêmio do Público, com o Globo de Ouro (2025) na categoria de Melhor Longa de Animação e com o Oscar (2025), na mesma categoria, rendendo o primeiro Oscar para a Letônia, país de origem do filme. Recomendo muito (mas vai preparado para sofrer e se angustiar). Atualmente nos cinemas.

 
 
 

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