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hikafigueiredo

"Kanal", de Andrzej Wajda, 1957

Filme do dia (146/2018) - "Kanal", de Andrzej Wajda, 1957 - Polônia, 1944. Um grupo de soldados da resistência polonesa luta contra o exército alemão. Cercados pelos soldados inimigos, a única chance de escapar do cerco é fugindo pelos esgotos de Varsóvia. Mas a rede de canais é intrincada e os alemães aguardam em grande parte das saídas...





Nesse contundente drama sobre a guerra, o diretor nos brinda com uma obra sombria, pessimista e claustrofóbica. Impossível o espectador não sentir a opressão de estar enclausurado nos canais escuros e fétidos do esgoto de Varsóvia - fico feliz da minha imaginação não ter a capacidade de sentir odores, sério... Diria que o cerne do filme é justamente retratar o instinto de sobrevivência e o espírito inquebrantável de quem luta para permanecer vivo e está disposto a qualquer coisa para sobreviver. É uma obra que desperta uma boa dose de angústia e lembre-se: não é um filme norte-americano, então, não necessariamente terá um final feliz e redentor. Tecnicamente, é um filme bem redondinho, pois todos os seus elementos são usados para criar a sensação de desespero e claustrofobia: a fotografia P&B é escura, pesada; a direção de arte que recria os canais de esgoto é perfeita (e absolutamente repugnante); a música é discreta, mas ajuda na construção daquele sentimento de emergência. Quanto às interpretações, os muitos personagens, todos perdidos pelos canais escuros e repulsivos, não permitem muitos destaques (não há personagens principais, todos têm mais ou menos a mesma importância), mas me senti mais envolvida pelos personagens Jacek (Tadeusz Janczar), Margarida (Teresa Izewska) e Michal (Vladek Sheybal). É um filme pesado, daqueles que deixam de lado a ideia de guerra "limpinha". O filme é tão bom que foi agraciado com o Prêmio Especial do Juri em Cannes, além de indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro. Recomendo.

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