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hikafigueiredo

"Ludwig", de Luchino Visconti, 1972

Filme do dia (195/2016) - "Ludwig", de Luchino Visconti, 1972 - Baviera, 1864 - Ludwig II (Helmut Berger) sobe ao trono da Baviera, aos 18 anos de idade. Muito jovem, o soberano rapidamente demonstra seu desinteresse por política ou assuntos de Estado, preferindo ater-se à arte, em especial ao teatro, à ópera e à arquitetura. Como primeira medida, assim que é alçado ao trono, Ludwig convida à côrte, Richard Wagner (Trevor Howard), tornando-se seu mecenas. Paralelamente, sua amizade com a Imperatriz Elizabeth da Áustria (Romy Schneider), sua prima, intensifica sua excentricidade, vista com reservas por seus conselheiros.





Esta bela obra do mestre Visconti teve o destino ingrato de seguir-se ao irretocável "Morte em Veneza", sendo impossível suplantá-lo. O épico, com mais de quatro horas de duração, foca na vida inusual do monarca bávaro, expondo sua homossexualidade, a qual ia de encontro à sua fé católica, bem como sua decisão de manter-se distante da política, em quase auto isolamento, exceto pela presença constante de jovens rapazes da côrte e artistas, elevados a "prediletos" do rei. O filme, como todos do diretor, é de uma beleza imagética rara - cenografia, figurinos e fotografia são lindos, de encher os olhos. Novamente a música clássica acompanha um filme do diretor, para deleite do público. A interpretação de Helmut Berger é poderosa, mas, na minha opinião, fica aquém de seus personagens em "Deuses Malditos" e em "Violência e Paixão". Mais uma vez temos a parceria do diretor com a bela Silvana Mangano, aqui como amante de Wagner. Gostei da atuação de Trevor Howard como o talentoso, porém aproveitador, Wagner. E Romy Schneider está maravilhosa como Elizabeth, também conhecida como Sissi (sim, a mesma personagem que a fez famosa no cinema) - aliás, a semelhança entre a atriz e Helmut Berger, destacada até na história do filme, é impressionante, ambos muito lindos. Gostei da obra, mas admito que é longo demais, admitiria uma "enxugada" básica (quando o filme foi lançado, foi retalhado na montagem pelos produtores, para desgosto de Visconti... a cópia que eu assisti, no entanto, foi a obra original do diretor, com 247 minutos, quase infinitos à despeito da qualidade do filme). Recomendo para quem tiver paciência.

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