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hikafigueiredo

"Matemática do Diabo", de Donna Deitch, 1999

Filme do dia (179/2020) - "Matemática do Diabo", de Donna Deitch, 1999 - Hannah Stern (Kirsten Dunst) é uma jovem judia norte-americana que pouco se interessa pela história do povo judaico. Na noite de Pessach, ela vai com seus pais à casa de uma velha tia, sobrevivente dos campos de concentração na Segunda Guerra. Hannah acompanha com desdém a celebração até o momento em que ela precisa abrir a porta da casa como parte da cerimônia. Nesse momento, Hannah é transportada para a Polônia, em 1941, ocasião em que ela conhecerá os horrores praticados contra seu povo.





A obra, baseada no romance homônimo de Jane Yolen, é um drama histórico com evidente propósito de alertar para os perigos de não se conhecer o passado, assim como de apontar a importância de manter acesa a memória do povo judaico, em especial no que concerne aos horrores vividos durante a Segunda Guerra. Eu diria que o filme alcança seus propósitos, ainda que a narrativa tenha até se mantido relativamente "light" perto de outras obras que pegaram bem mais pesado, como "A Lista de Schindler" (1993) e "O Filho de Saul" (2015). A obra dá uma mostra dos acontecimentos daquela época, mas não foi um filme que me fez sentir a angústia que senti vendo outros filmes como os que eu elenquei logo acima - não é uma obra minimamente sensorial, ela se mantém no terreno do racional. O roteiro flui bem, sem tentar dar qualquer explicação lógica para o fato da personagem Hannah ser transportada de volta ao passado. O ritmo é lento, mas dentro do esperado para um drama norte-americano (ou seja... não é aquela lentidão de filme oriental, certo?). A direção de arte de época é caprichada, assim como a bela fotografia em tons caindo para o sépia. Gostei bastante das interpretações de Kristen Dunst que, apesar de ainda jovem, já mostrava seu talento, e de Brittany Murphy, que interpreta a doce Rivkah. Ambas conseguem passar o sofrimento das personagens sem despencar para o melodrama (o que, para mim, sempre acaba tirando parte da "seriedade" do sentimento). É uma obra redondinha, correta, mas que falta certo lampejo de... sei lá... talento, talvez. Em outras palavras, é um filme em que falta um brilho, um algo a mais, muito embora não tenha nenhum grande defeito. É uma obra que recomendo, mas sem grande paixão.

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