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hikafigueiredo

“O Jardim dos Esquecidos”, de Jeffrey Bloom, 1987

Filme do dia (51/2024) – “O Jardim dos Esquecidos”, de Jeffrey Bloom, 1987 – Após a morte de seu pai, quatro irmãos – os adolescentes Cathy (Kristy Swanson) e Chris (Jeb Stuart Adams) e os gêmeos Cory (Bem Ganger) e Carrie (Lindsay Parker) – são levados por sua mãe Corrine (Victoria Tennant) para viver na grande mansão de sua família, escondidos em um sótão, já que seu pai jamais poderia saber da existência de seus filhos.





Baseado no romance “Flowers in The Attic”, de V.C. Andrews, sucesso comercial na década de 1980, o filme conta a história de quatro irmãos no período em que estiveram presos no sótão da mansão de seus avós, sob a ótica da personagem Cathy. Muito embora tenha sido incluído em um box de filmes de terror, a obra se encaixa muito mais no gênero drama, ainda que conte com uma pitada de suspense. Li esse livro lá pelos meus 15 ou 16 anos e posso afirmar que a obra original já não é essas coisas, tendo apelo unicamente para esse público adolescente. O que já não era bom conseguiu ser piorado em progressão geométrica nessa versão para cinema. O filme é ruim de doer – e considere que eu SEMPRE procuro aspectos positivos nas obras a que assisto. Se o roteiro seguisse a ideia original já seria difícil fazer um filme que não descambasse para a pieguice ou caísse na mesma ladainha “picante” de porcarias como “Cinquenta Tons de Cinza”. Mas o roteiro conseguiu transformar a história em algo ainda mais ralo, tirando a pouca espessura que existia no livro, consistente na relação incestuosa dos irmãos Cathy e Chris. Com um roteiro medíocre, que se apoia em praticamente nada e que carece de uma evolução minimamente decente, o filme consegue ser ruim em todas as perspectivas que se considere. A narrativa é linear, em formato de flashback, em um ritmo preguiçoso e constante, contando com uma narração em off da personagem Cathy. A atmosfera que deveria ser pesada – a história depende de um clima de angústia e desespero – é vazia, não transmite nada ao espectador. Formalmente, é um filme convencional e ruim – a fotografia é opaca, sem brilho e sem contraste; o desenho de produção é óbvio e descuidado; a trilha musical apoia-se em uma música chata, lamurienta, um “ah-ah-ah” choroso e sem criatividade alguma; até mesmo o trabalho de maquiagem consegue ser ruim – os irmãos, adoentados, ganham uma maquiagem pesada, um pankake branco que contrasta com as olheiras fundas: parece a “make” de uma criança indo para o Halloween, ridículo. E coroando tudo, interpretações sofríveis, falas robóticas, ausência de expressão facial ou corporal mínima e diálogos superficiais e desprovidos de conteúdo. Juro que fazia muito tempo que eu não via algo tão precário quanto esse filme, o qual só terminei por uma curiosidade mórbida de saber o quanto seria possível descer: e acredite, desceu muito. Sinceramente, não vale a pena gastar os 92 minutos de duração que a obra leva, sua vida vale mais que isso. Péssimo, fujam sem olhar para trás.

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