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"Os 7 Samurais", de Akira Kurosawa, 1954

  • hikafigueiredo
  • 2 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

Filme do dia (216/2020) - "Os 7 Samurais", de Akira Kurosawa, 1954 - Japão, século XVI. Quando um pequeno povoado é ameaçado de invasão por bandidos, os camponeses decidem buscar a proteção de samurais. Assim, três dos moradores da aldeia partem em busca de possíveis candidatos à tarefa.




Continuando à tarefa de revisitar meus filmes para escrever sobre eles, hoje foi dia de rever uma das maiores obras primas do mestre Kurosawa. Com um roteiro absolutamente impecável, Kurosawa nos premia com uma obra que discorre sobre união, coragem, lealdade, força e determinação. Sem muito o que oferecer, os camponeses saem em busca de guerreiros que concordem em lutar em troca de apenas sua alimentação. Voltam à sua aldeia com sete samurais decididos a defender o lugar e ensinar aos camponeses a lutarem. A narrativa é construída com cuidado, não sobrando qualquer detalhe fora do lugar. O tempo é linear e o ritmo inicial é vagaroso, mas, quanto mais no aproximamos do clímax, mais intenso se torna. O espectador vai se familiarizando com os personagens e, gradualmente, vai se apegando a cada um deles, sabendo que uma grande batalha se aproxima e talvez nem todos sobrevivam. Sim, Kurosawa consegue envolver o espectador numa teia de tensão impossível de se livrar. As cenas de batalha, por sua vez, são magnificamente construídas, com destaque absoluto para a batalha final em meio a uma tempestade. Tecnicamente, a obra é igualmente irretocável, simplesmente tudo está onde deveria estar. Quanto ao elenco, Kurosawa juntou alguns de seus atores prediletos, restando talento para tudo que é lado. No papel do samurai Shimada, temos o incrível Takashi Shimura (eu idolatro esse ator desde que assisti "Viver", 1952, também de Kurosawa). Shimada é o samurai mais velho, líder dos demais samurais e quem decide a estratégia a ser usada - e Shimura incorpora o personagem de uma maneira única! No papel de Kyuzô, um samurai determinado e extremamente técnico, o ator Seiji Miyaguchi, perfeito - ele não esboça um sorriso e jamais se distrai; como o jovem aprendiz Katsushiro, temos Isao Kimura, trazendo frescor e timidez ao personagem; como o camponês Yohei, Bokuzen Hidari - ele é incrivelmente expressivo, com sua cara de verdadeiro pânico; como a moça Shino, temos Keiko Tsushima; e, claro, não podia faltar o maior astro do cinema japonês, o queridinho do diretor (e meu também!!!! Eu amo esse homem!!!), responsável pelas atuações mais icônicas da filmografia de Kurosawa - Toshiro Mifune. Ele interpreta Kikuchyio, um samurai filho de camponeses, de personalidade difícil e controversa e, certamente, o personagem mais complexo e arrebatador da história!!! E é evidente que Toshiro Mifune está magnifico no papel (<<< fan detected). Nem precisava dizer, mas vou dizer mesmo assim - o filme é F-E-N-O-M-E-N-A-L - assim mesmo, ressaltando cada letra!!! A obra é tão incrível que mereceu refilmágem em western, em 1960, pelas mãos de John Sturges e deu origem a outro filme icônico da história do cinema - "Sete Homens e Um Destino". A obra é obrigatória para qualquer pessoa que goste de cinema. OBRIGATÓRIA!!!!!!

 
 
 

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