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hikafigueiredo

“Os Safados”, de Frank Oz, 1988

Filme do dia (107/2024) – “Os Safados”, de Frank Oz, 1988 – No balneário de luxo Beaumont-Sur-Mer, na Riviera Francesa, o sofisticado vigarista Lawrence Jamieson (Michael Caine) vive de golpes em mulheres ricas. Seu sossego acaba quando o trapaceiro estadunidense Freddy Benson (Steve Martin) aporta à cidade e começa a disputar as mesmas vítimas que Lawrence. Para decidir quem ficará na cidade – pequena demais para ambos -, eles decidem apostar quem conseguirá tirar U$ 50.000 da herdeira Janet Colgate (Glenne Headly).




 

Eu não sou a maior fã de comédias, mas existem algumas obras do gênero pelas quais tenho legítimo afeto, caso deste filme. Refilmagem de uma comédia de 1964 – “Dois Farristas Irresistíveis” -, com Marlon Brando e David Niven, com uma pequena alteração no desfecho, o filme acompanha a disputa entre dois vigaristas pelo domínio do balneário Beaumont-Sur-Mer, local repleto de turistas ricas e solitárias. Enquanto o estilo de Lawrence Jamieson é sofisticado, convencendo suas vítimas de que é um príncipe deposto de um minúsculo país europeu que luta pela causa de retomar seu trono e libertar seu povo de um déspota, Freddy Benson é despojado e alega para suas vítimas que precisa de dinheiro para a operação de sua avó. Com estilos completamente diferentes, eles vão se digladiar para ver quem reinará no local e quem terá de buscar novo lugar para se estabelecer. Ainda que seja um pouco xenofóbico, confesso que acho graça na imagem passada por cada um dos personagens – de um lado, um inglês culto, sofisticado, elegante e admirador das artes e, de outro, o estadunidense ignorante, arrogante, materialista e sem qualquer bom gosto (eu vou para o inferno por rir desse estereótipo estadunidense??? Rs). Também gosto do desfecho do filme que, de certa forma, “vinga” o machismo escrachado da história – dois homens se aproveitando da ingenuidade das mulheres. A narrativa é linear, em um ritmo marcado e constante. A atmosfera é leve, divertida e, a despeito da amoralidade da conduta dos dois vigaristas, é impossível não torcer por um dos personagens (no meu caso, 100% Lawrence Jamieson). O filme tem um formato completamente hollywoodiano, sem qualquer ousadia formal ou estética. Temos, aqui, uma fusão interessante do humor físico de Steve Martin com o humor mais “intelectual” de Michael Caine.  Aliás, o maior destaque do filme é justamente as interpretações do trio de atores – Michael Caine está impagável como Lawrence Jamieson, ele exala elegância e sofisticação! Steve Martin, como já mencionado, traz um humor calcado em expressões faciais e corporais exageradas (que normalmente não me comove muito, mas que aqui faz total sentido pela oposição ao estilo do seu oponente); e Glenne Headly também está perfeita como a inocente Janet Colgate. Quem assistir com áudio original deve prestar atenção aos sotaques dos atores, que mudam dependendo do personagem que assumem para suas vítimas – muuuuito bom! Por sua interpretação, Michael Caine foi indicado ao Globo de Ouro (1989) como Melhor Ator de Comédia ou Musical. O filme é uma bobagem, claro, mas é bem divertido e pode ser visto pela família toda. Disponível em streaming pela MGM+ (através do Amazon Prime Channels e pela Apple TV).

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