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hikafigueiredo

"Passagem para a Índia", de David Lean, 1984

Filme do dia (75/2016) - "Passagem para a Índia", de David Lean, 1984 - Década de 20. As inglesas Sra. Moore (Peggy Ashcroft) e Adela Quested (Judy Davis) viajam para a Índia, onde encontrarão o filho da Sra. Moore e pretendente de Adela. Assim que pisam no território indiano, as duas se incomodam com o tratamento dado aos nativos pelos ingleses. Fugindo da "bolha" criada pelos colonizadores, as duas aproximam-se do Dr. Aziz (Victor Banerjee), um jovem médico indiano viúvo, o qual as convida para um passeio a algumas cavernas nos arredores da cidade em que estão. A excursão, no entanto, trará consequências terríveis aos envolvidos.





Última obra do genial David Lean, o filme não deixa nada a desejar aos magníficos "Lawrence da Arábia", "A Filha de Ryan" e "A Ponte do Rio Kwai". Hábil em contar histórias longas, complexas e cheias de detalhes, Lean foca, aqui, na complicada relação entre ingleses e indianos no período pré-emancipação da Índia, e não poupa críticas aos colonizadores. A história, extremamente bem contada, cria não apenas tensão, mas uma dúvida que só se resolve próximo ao fim da narrativa (falar mais seria spoiler). Os personagens são complexos e bem desenvolvidos, com destaque para a personagem Adela. O roteiro é linear, bastante convencional, mas absolutamente "redondo". Tecnicamente, o filme é absolutamente perfeito - direção de arte, fotografia, montagem, é tudo sublime! O filme ganhou Oscar de Melhor Trilha Sonora com a música de Maurice Jarre. As atuações são igualmente excepcionais, com destaque para Judy Davis e Peggy Ashcroft, que, inclusive, ganhou Oscar de Atriz Coadjuvante, merecidamente. Só tenho uma crítica a fazer - colocar SIR Alec Guiness para interpretar um indiano é, no mínimo, irônico, ainda mais na conjuntura do filme (e por mais que eu ame de paixão o ator e ele esteja ótimo no papel, ainda assim acho que deveria ter sido escalado um ator nativo). Bom, a excelência do diretor e de suas obras é indiscutível. O filme, de quase três horas, passou num piscar de olhos, foi delicioso assisti-lo. Recomendo e muito!!!!

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