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hikafigueiredo

“Plano-Sequência dos Mortos”, de Shin’ichirô Ueda, 2017

Filme do dia (21/2024) – “Plano-Sequência dos Mortos”, de Shin’ichirô Ueda, 2017 – Durante a gravação de um filme sobre mortos-vivos, a equipe de filmagem se depara com um verdadeiro apocalipse zumbi e o diretor resolve aproveitar a situação para alavancar sua obra. Ocorre que nem tudo é o que parece.




 

Mais um filme sobre zumbis? Sim. E não. Apesar do que possa parecer, principalmente na primeira meia hora, o filme é menos sobre os clássicos mortos-vivos e muito mais sobre o “fazer cinema”, em especial sobre aquele “fazer cinema” sem verba e tendo de improvisar muito. A obra é essencialmente metalinguística e mostra um pouco de como ocorre a mágica do cinema – e para alguém que, como eu, vivenciou um pouquinho dessa experiência, o filme acaba sendo divertidíssimo. A história começa com uma equipe de filmagem que se encontra em uma estação de tratamento de água abandonada, supostamente utilizada como local de experimentos científicos com humanos pelo exército japonês. A equipe está fazendo uma filmagem sobre zumbis quando, subitamente, são atacados por mortos-vivos verdadeiros, gerando pânico na equipe. Durante cerca de meia hora, tive certeza de se tratar de um filme muito (MUITO) trash sobre zumbis – e por muito pouco não desisti de assisti-lo. Mas como sou teimosa e resiliente e me proponho a assistir aos filmes até o fim, mantive a pose e continuei ali, impávida. E não é que o filme tem um plot twist monstro depois dessa meia hora que mudou cento e oitenta graus a minha leitura da obra? Eu que, confesso, estava achando tudo péssimo, acabei tendo uma verdadeira epifania ao entender a essência do filme e, no fim, achei que valeu muito a pena. Como deu para entender (cof cof), trata-se de um filme dentro de um filme... e um pouco mais (sem spoilers). A proposta do filme inicial é fazer um plano-sequência único – e aqui há uma grande sacada que a gente só se dá conta no fim da história (de novo, sem spoilers). Boa parte do filme é no esquema câmera na mão, bem no estilo “found footage” – mas tudo se trata “da mágica” do cinema – e quem tem labirintite talvez sofra um pouco. Pela natureza da obra, é difícil falar dos “defeitos” especiais: tem que ver para entender, ou eu vou estragar toda a experiência. Pelo mesmo motivo, vou me abster de falar sobre o elenco e a qualidade das interpretações. Olha... o filme é um achado e talvez seja a obra mais próxima da minha vivência em curtas-metragens com a qual tive contato. A tempo: fazer parte da produção de um filme é um grande barato! Divertidão, criativo e super original! Recomendo para quem não tem preconceitos.

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