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hikafigueiredo

“Preso na Escuridão” (“Abre Los Ojos”), de Alejandro Amenábar, 1997 –

Filme do dia (22/2024) – “Preso na Escuridão” (“Abre Los Ojos”), de Alejandro Amenábar, 1997 – César (Eduardo Noriega) é um jovem rico e bonito que faz sucesso entre as mulheres, mas que não quer compromisso com nenhuma. Em sua festa de aniversário, enquanto tenta fugir de sua última aventura – a bela, porém desequilibrada Nuria (Najwa Nimri) -, ele conhece Sofia (Penélope Cruz) e imediatamente percebe que ela é a “garota de seus sonhos”. Ele se envolve com a moça, mas, no dia seguinte ao encontro, sofre um acidente de carro que o deixa desfigurado. A partir disso, sua vida vira do avesso e nada mais será como antes.




 

No estilo “mindfuck”, a obra é hábil em fazer o espectador entrar em uma espiral de acontecimentos aparentemente desconexos e sem sentido, capaz de confundir qualquer mortal. A história acompanha a descida ao inferno de César, um homem rico, bonito e popular que fica desfigurado depois de um horrível acidente de carro. Após essa ocorrência, a vida de César parece entrar em colapso e realidade e fantasia passam a se confundir, tanto para o protagonista, quanto para o espectador. Diante disto, o personagem – e junto com ele o público – passa a “tatear” suas impressões, tentando entender o que é real e o que não é. Podemos dizer que a questão central da história é o inconformismo e a dificuldade em aceitar uma nova realidade – mas isso o espectador só constata se procurar muito fundo na lógica do filme, porque a narrativa, na real, te prende em um outro patamar. Esta narrativa é cheia de idas e vindas, parece extremamente confusa, mas, ao final, chega a um desfecho coerente e convincente. A obra habita a interface entre o drama e a ficção científica, muito embora só percebamos isso nos últimos minutos da história. A narrativa é completamente não-linear, em ritmo intenso e constante. A atmosfera é de pesadelo, angústia e dúvida e se estende pela maior parte da história. É um filme até difícil de tentar descrever sem cair em spoiler, tudo que eu posso dizer é “siga o fluxo, confia!”. Tecnicamente, o destaque fica por conta da montagem, que brinca tanto com os acontecimentos, quanto com a não-linearidade deles. Também destaco um trabalho bem eficiente de maquiagem – o rosto desfigurado do personagem é bem impressionante. O elenco traz Eduardo Noriega como César – o ator faz um trabalho sólido para dar vida ao caótico personagem; Penélope Cruz interpreta a doce Sofia – sou suspeita para falar da atriz, pois a acho fantástica e profundamente sedutora e concordo que ela fácil seria a “garota dos sonhos” de qualquer um; de qualquer forma ela está perfeita como a personagem; Chete Lera interpreta o psicólogo Antônio, Najwa Nimri, a obcecada Nuria e Fele Martinez, o amigo Pelayo. O filme é muito bom, tanto que rendeu uma refilmagem estadunidense, talvez até mais famosa que o original – “Vanila Sky” (2001) – mas eu quase sempre prefiro a primeira versão e aqui não foi diferente. É uma obra bem envolvente, que vale a pena acompanhar até o fim. Gostei e recomendo.

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