Filme do dia (33/2018) - "Sicário - Terra de Ninguém", de Denis Villeneuve, 2015 - Na fronteira entre EUA e México, Kate (Emily Blunt), uma agente do FBI, é destacada para fazer parte de um grupo de elite numa ação contra um cartel de drogas mexicano. Aos poucos, ela percebe que a linha entre a lei e o crime é bastante tênue.
Este ótimo filme sobre "a luta contra as drogas e o crime" põe por terra a ilusão de que há um lado "legal" nessa batalha. Como toda guerra, há envolvimento de interesses pessoais, ilegalidades mil e muita, muita sujeira por baixo dos panos. Acaba, ainda, com o verdadeiro devaneio - mais comum entre o povo americano do que entre as populações de outros países - de que o governo americano luta, realmente, para "limpar" os EUA (e, por vezes, o mundo) de crimes e podres de diferentes espécies - nada, os poderosos dos EUA estão atolados, até o pescoço, em lama e sangue das mais diversas origens, não respeitando fronteiras, jurisdições, soberania ou o que quer que seja. A narrativa mostra a crise moral que a personagem Kate - uma policial ética e idealista - vive ao tomar contato com a podridão existente nos porões das ações policiais/militares de seu país e se dar conta de que não existem "mocinhos" e "bandidos" nesse universo, todos habitam no limbo da lei. A narrativa é linear e cronológica, muito bem estruturada. A direção de Denis Villeneuve é impecável - é fato, ele é muito bom! - tudo está perfeitamente orquestrado. Emily Blunt está ótima como a policial Kate, a tensão da personagem está presente em cada gesto, em cada expressão, e na veia que pulsa com certa constância na testa da atriz (como ela faz isso ?). Benício Del Toro, como sempre competente, dá vida ao enigmático e impassível Alejandro (e ele ainda é tãããão lindo >>>> fan detected!!!!) e Josh Brolin está muito bem como comandante da força-tarefa em questão. Fiquei muito feliz em ver o excepcional Daniel Kaluuya ("Corra!") no filme, mesmo que em um papel menor (ele merece muito mais que isso, ele já mostrou seu potencial!!!). O filme é muito bom, apesar de tratar de um tema que eu, particularmente, acho meio árido. Não é o meu predileto do diretor, longe disso, mas, ainda assim, bem acima da média. Pode ver sem receio.
Comments