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hikafigueiredo

“The Batman”, de Matt Reeves, 2022

Filme do dia (112/2024) – “The Batman”, de Matt Reeves, 2022 – Quando o prefeito de Gotham City é brutalmente assassinado e o assassino deixa pistas de que esse não será a única morte que ele provocará, Batman (Robert Pattinson) tem de iniciar uma séria investigação para encontrar o responsável por tudo isso.





Fã da trilogia “Batman, O Cavaleiro das Trevas” (2005, 2008 e 2012), de Christopher Nolan e com Christian Bale no papel principal, resisti muito a assistir essa nova empreitada do personagem, certa de que o filme não me agradaria. Ledo engano – eu gostei do filme e não foi pouco. Nesta obra, mais uma vez, Gotham City é uma cidade tomada pelo crime e corrupção. Entretanto, aqui, Gotham ganha uma atmosfera ainda mais pesada e soturna, inexistindo qualquer alívio para essa sensação de pesadelo. Começa que, ao longo da narrativa, não existem cenas diurnas, de forma que a escuridão é a regra, a representar o estado de decadência e corrompimento da cidade e com clara inspiração na Los Angeles do filme de “Blade Runner – O Caçador de Androides” (1982). Acompanhando a escolha do diretor Matt Reeves em “pesar” mais a ambientação, o Batman interpretado por Robert Pattinson é igualmente mais atormentado e sombrio, remoendo não somente a morte prematura de seus pais, mas, ainda, o passado bem pouco imaculado de sua poderosa família. Aqui, mais o do que nunca, Bruce Wayne dá sinais de sua perturbação, mostrando-se recluso e esquisito e sem qualquer vida glamourosa que sua fortuna poderia lhe proporcionar. Tanto esse Bruce Wayne, quanto esse Batman, não sorriem ou perdem a expressão de dor que revela o profundo sofrimento em que habitam, vivendo um eterno pesar ancorado em dúvidas e suspeitas. Por fim, os demais personagens que povoam esse universo também trazem uma carga extra de transtorno e sofrimento:  o Charada, interpretado magistralmente pelo querido Paul Dano (ator de talento extraordinário e incompatível com sua pouca projeção) revela uma infância dolorosa e cheia de mágoas; a Selina/Mulher Gato de Zoë Kravitz, da mesma forma, expõe um passado traumático e uma origem problemática; nem mesmo Alfred, o mordomo, aqui interpretado por Andy Serkis parece livre de angústias. Toda essa carga emocional que o filme reverbera, para mim, é mérito da obra e da direção segura de Matt Reeves. Mas, claro, nem tudo são flores: achei o filme um pouco longo demais – quase três horas de duração – e, na minha opinião, a história demora para engrenar – a primeira meia hora foi um tour de force para superar. De qualquer forma, o cômputo geral é bastante positivo e fiquei instigada a ver a continuação, a ser lançada em 2026. Ah, não posso deixar de comentar a incrível transformação de Colin Farrell no personagem Pinguim – ele está irreconhecível e ótimo no papel! No elenco ainda, Jeffrey Wright como Jim Gordon, John Turturro como Carmine Falcone, Peter Skarsgard como Gil Colson e meu amorzinho Barry Keoghan como prisioneiro de Arkham (a indicar que ele talvez seja o próximo Coringa!). Eu me surpreendi por ter gostado bastante do filme!!!! Vale a pena e recomendo! Disponível em streaming pela Prime Video e em mídia física.

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