Filme do dia (02/2025) – “Trilogia do Terror”, de Dan Curtis, 1975 – Segmento 1 – “Julie” – uma retraída professora de literatura envolve-se com seu aluno; Segmento 2 -“Millicent e Therese” – a comportada Millicent revela para o namorado de sua irmã Therese a verdadeira natureza da jovem; Segmento 3 -“Amélia” – a moça se vê às voltas com Zuni, uma boneca de madeira que representa um guerreiro aborígene e que carrega bem mais que histórias ao seu respeito.
O fandom do gênero terror é o mais esquisito e, volta e meia, verdadeiras porcarias são alçadas a clássicos cult por esse povo. Este é exatamente o caso deste telefilme, que conta com fãs ardorosos, muito embora abrace, sem muita convicção, o trash mais rasteiro. São três histórias independentes que só têm, em comum, a direção de Dan Curtis e a atriz Karen Black como protagonista delas. Na minha humilde opinião, todas as histórias são ruins, cada qual à sua maneira. Na primeira, a retraída professora Julie concorda em sair com um aluno com péssimas intenções. Existe, na narrativa, a intenção de ter um plot twist, o qual, embora surpreenda, carece de qualquer explicação. Espectador, apenas aceite, sem questionar. Eu achei bem problemática essa sequência por banalizar uma situação de abuso sexual (a velha história de que a vítima, no fundo, queria ser abusada – pééééééssimo); na segunda história, temos a personagem Millicent expondo sua irmã Therese para o namorado dela, afirmando que Therese é uma pessoa maligna. Novamente, pretendeu-se um plot twist que aqui nem funcionou – eu saquei qual era a “reviravolta” antes mesmo que ela acontecesse. Porque não basta ser ruim, tem de ser previsível também; a terceira história, a que, curiosamente, é a mais festejada pelos fãs, para mim é a mais trash de todas e aproxima-se muito do “terrir” (só me pergunto se era essa a intenção). As feições da boneca Zuni são legais e assustadoras, mas ela em ação... eu juro que vi um “Muppet” dos infernos na tal boneca! A forma como ela se mexe é a coisa mais tosca e hilária desta dimensão, eu só conseguia ver o “Caco, o sapo” no lugar dela. Eu sei que muita gente gosta deste tipo de trasheira – vide “Chuck” e companhia limitada -, mas eu gosto de ficar tensa em filmes de terror, não cair na gargalhada. A perseguição de Amélia pela boneca Zuni é, sinceramente, uma das cenas mais idiotas que eu me lembro de ter visto nesta minha vida de cinéfila – respeito quem curte esse nível de bobagem, mas eu não curti não. Em suma – detestei o filme como um todo, nenhum segmento se salvou. Para mim, a grande questão que restou é: o que a atriz Karen Black foi fazer nesse agregado de bobagens? Ela já tinha sido premiada com um Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante por “Cada um Vive Como Quer” (1970), além de ter sido nominada ao Oscar pelo mesmo papel, por que ela foi entrar nesta barca furada??? Misericórdia, viu... Assisti em mídia física, mas está disponível na íntegra no Youtube para quem quiser (vão lá, guerreiros...).
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