Filme do dia (04/2025) – “Trilogia do Terror II”, de Dan Curtis, 1996 – Segmento 1: “Os Ratos do Cemitério” – a jovem esposa de um milionário confabula com seu amante para assassinar seu marido, mas a fortuna deste não lhe será entrega facilmente; segmento 2: “Bobby” – uma mãe faz de tudo para trazer de volta seu filho recém-falecido; segmento 3: a descoberta de dois cadáveres dá início a uma investigação, a qual, sem saber, trará de volta a terrível boneca guerreira Zuni.
Vinte e um anos depois do primeiro “Trilogia do Terror” (1975), o diretor Dan Curtis realizou uma sequência, exatamente nos mesmos moldes da obra anterior, ou seja, um compilado de três histórias diferentes e independentes do gênero terror. A primeira história trata de uma jovem que, junto com seu amante, planeja a morte de seu marido idoso e milionário. Ocorre que o marido é bastante apegado à sua fortuna e encontra uma forma de impedir que alguém coloque as mãos nela. A segunda história refere-se a uma mãe que faz um pacto com as trevas para ter de volta seu filho morto. A criança que retorna, no entanto, demonstra mágoas profundas e clara determinação em se vingar de antigos comportamentos de sua mãe. A última história é um “revival” da terceira narrativa do filme anterior e traz de volta a boneca Zuni, o já mencionado “muppet” dos infernos. Como no filme anterior, o roteiro deixa bastante a desejar, mas achei melhor do que a obra antecessora. Para mim, as duas primeiras histórias apresentaram atmosferas mais tensas que as daquelas do primeiro filme e não tentaram apelar para jumpscares furados, então acabaram por me serem mais agradáveis. A qualidade técnica também é superior – em todos os segmentos existe uma preocupação em não fazer planos óbvios e incrementar os posicionamentos de câmera, de modo que a fotografia do filme não decepciona. Os efeitos especiais e maquiagem também são superiores ao do filme anterior – a cena dos ratos do cemitério é muito bem-feita e pode atiçar o medo em muitos espectadores. Quanto ao terceiro segmento... bem, como na sequência da boneca Zuni anterior, é um flerte com o que existe de mais trash no cinema. Ainda que os efeitos especiais tenham melhorado e o boneco não me lembre mais tanto a movimentação dos muppets, tudo ainda me soa bem ridículo. Além disso, faltou criatividade nesta sequência, pois ela é absolutamente idêntica ao do filme anterior, inclusive tem trechos inteiros que reproduzem o que já havia sido feito antes (poxa, a parte da mala e da faca são cópias exatas, qual é a graça disso?). Particularmente nesse segmento, a construção sonora é, no mínimo, pitoresca – o som que o diabinho faz é para a gente gargalhar, não tem como levar a sério mesmo. Nas três histórias, quem encena as protagonistas é a atriz Lysette Anthony, a qual faz um trabalho razoável, considerando que não há muito tempo nem disposição do roteiro em aprofundar as personagens. O filme é fraquinho, mas me “prendeu” mais que seu antecessor. Não recomendo não, exceto para quem curte demais filme de terror. Não encontrei o filme no Youtube e nem em streaming, acho que só dá para assisti-lo em torrent ou mídia física mesmo.
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